Amante Profissional ( Blogger)

Blog de intimidades de uma garota de programa.




ALUGO O MEU CORPO


Edição Extraordinária para informar que «Alugo o Meu Corpo» é o título do meu livro que acaba de chegar às livrarias. Para saber informações completas visite a página oficial do livro.

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Amante Profissional


"Amante Profissional", Paula Lee para os clientes, ou Paulinha para os íntimos.

Sou uma garota de programa, apesar de usar habitualmente a definição "terapeuta sexual" ou "amante profissional".

«Prostituta, garota de programa, acompanhante, cortesã, amante profissional,
rameira, mulher da noite, meretriz, quenga, menina de convívio. São muitos nomes para a mesma função: terapeuta sexual. Porque, na realidade, uma mulher que
trabalha com sexo não trabalha apenas com sexo.»


Já fui "apenas prostituta" quando trabalhei em boîtes, onde fui treinada para isso. Na minha concepção, relacionada com esse "aprendizado da noite" ser prostituta se resume em receber a massa e abrir as pernas.

E é óbvio que mesmo em boîtes nos preocupávamos razoavelmente com o atendimento, porque, quanto melhor, mais vezes o cliente vem ter conosco, o que significam muitos cifrões a mais no nosso bolso. Entretanto, em boîte nunca foi tarefa fácil deixar de ser "apenas prostituta" devido à superficialidade de todo o ambiente. Em primeiro lugar porque somos "empregadas" que ali servem de montra para trazer clientela e mantê-las. Em segundo lugar por causa do tempo, sempre contado, e da pressão sofrida. Em terceiro lugar porque em boîtes muitos já chegam com os copos, ou muitos já com aquela ideia única de prazer rápido, fácil e o quanto mais artificial possível, apesar de muitos acreditarem piamente que aquilo foi o melhor que há. Em quarto lugar eu citaria que em boîtes, especificamente em "boîtes de sobe e desce", temos que estar sempre espertas e ágeis, para atender o maior número de clientes possíveis, porque aprendemos a não contar com o amanhã e, se a noite está boa, ou seja, lucrativa, é essa noite que devemos explorar ao máximo. Em quinto lugar cito o quanto somos meramente descartáveis, assim como são os clientes. Eles vão e vêm, e nós também. Por esses e outros motivos, em boîtes era sempre esse escancaramento real e convincente: ali sou um objecto de prazer, enquanto o homem é um objecto para eu chegar onde quero, financeiramente falando. Existem excepções, como tudo na vida. Existiram bons clientes de boîte e até existiram boas boîtes, o que não anula a minha opinião geral anterior.

Foi então que passado algum tempo resolvi trabalhar como "free-lancer" e impor as minhas próprias regras. Deixei de ser "apenas prostituta" para ser "amante profissional".

Ser "amante profissional" envolve todo um trabalho terapêutico, que por acaso envolve sexo - não tão por acaso assim como eu poderia expor - e que consiste em muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto deverei abrir as pernas. Envolve carinho e principalmente respeito pelo homem enquanto ser humano, suas carências, suas fragilidades, seus desejos, sua fortaleza contida e suas limitações. Entre quatro paredes, pelo menos por alguns instantes, na minha cama que também serve de divã, um cliente se torna um homem livre.

Mas aí eu volto a bater na mesma tecla e repito que isso também depende muito do que ambos querem. Se temos ideias opostas ou paralelas, não vai funcionar tão bem o quanto seria suposto. Ou funcionará, mas eu serei então "apenas prostituta", que abre as pernas depois de receber a massa e, se estiver de bom humor, ainda fingirei um orgasmo melhor que qualquer actriz porno, com direito a contracção vaginal. Por isso digo tanto que a vida é um reflexo, e somos para as pessoas o que elas são para nós.

Como eu cheguei até aqui é uma longa história, que talvez um dia eu conte. O que posso adiantar é que, antes de começar a me prostituir, só tive 3 homens com quem fiz sexo. Tendo feito umas 6 relações com o primeiro e apenas uma relação com cada um dos seguintes, na soma total eu não tinha nem 10 relações sexuais na minha bagagem antes de "entrar na noite". Inexperiência essa que costuma ser superada em apenas uma noite de trabalho, diga-se de passagem.

Agora eu poderia terminar esse post dizendo que no fundo eu sou uma garota comum como todas as outras. Mas eu não sou uma pessoa comum e me recuso a esse rótulo - como me recuso a muitos outros que as pessoas impõem sem conhecimento de causa.

Assim como a maioria das pessoas, eu também já tive ideias pré-formuladas sobre a prostituição antes de fazer parte dela. Existem coisas na vida que a gente só sabe realmente quando sente na própria pele.

Tenho os meus pontos fortes e as minhas debilidades como todas as pessoas - inclusive as pessoas comuns - têm, mas cada um tem as suas peculiaridades que faz com que sejam diferentes. Então que seja isso: assim como você, eu sou uma pessoa diferente. Nem melhor nem pior, nem superior, nem inferior, apenas diferente.

Algo que uma garota de programa vai aprendendo com o tempo é explorar os seus pontos fortes, sejam eles um busto muito grande, a idade ou mesmo uma especialidade no campo sexual. Dessa forma, ela atrai aqueles que procuram-na devido aos seus tais factores peculiares. O meu ponto forte, segundo meus clientes - a seguir aos meus seios sem silicone que sempre elogiam, ou ao broche demorado e calmo que faz alguns delirarem - é a minha postura, meiga e atenciosa.

A diferença entre ser uma amante e uma amante profissional é, além do dinheiro adiantado, o envolvimento. Quando um homem tem uma amante, logo preocupa-se com esta, que pode se apaixonar e estragar sua vida, ou nas complicações com os infindáveis telefonemas. Como "amante profissional", nunca ligo para um cliente - palavra essa que não uso para defini-los - a não ser que sejam livres e tenham me instruído que posso fazê-lo. Sou uma espécie de "amante para os seus tempos livres". Me pagam por um tempo em que vão desfrutar da minha companhia - e não só - sem maiores envolvimentos.

Com isso - e mais uma vez digo que sempre existem excepções - é muito comum eu dizer que meus clientes são muito meigos e simpáticos comigo. É o reflexo. Ele não sente que está pagando por sexo. Ele está pagando por relax.



POST PUBLICADO ORIGINALMENTE EM http://amanteprofissional.com/blog/2006/01/amante-profissional.html


O Reflexo no Atendimento


«Costumo dizer que somos para as pessoas um reflexo do que elas são para nós. Alguns clientes me ligam e perguntam como vou atendê-los. A resposta é simples: eu não sei. E não tenho como saber, até o momento em que ele estiver comigo. Há todo um procedimento de descontracção e de relax, quando o cliente está predisposto para tal.

Posso dizer que sou selectiva com os meus clientes. O que selecciono não é aparência ou a posição social. O que prezo é a postura, o respeito, etc. Não é porque faço esse trabalho ou porque me pagam que sou obrigada a atender quem não quero. Quanto maior é o tempo que gastamos com as pessoas desagradáveis, menor é o que temos para as que nos agradam.

Não sou levada por conversas ou chantagens do tipo:

1- Me faça mais isso ou aquilo que te dou mais dinheiro.
2- Me trate bem que ganhas um cliente.
3- Me atenda agora porque sou um gajo bonito e você não vai se arrepender.

Minhas respostas são as seguintes:

1- Comigo o cliente não tem sempre razão. O corpo é meu e faço dele o que bem entender. Quando um cliente vem, está consciente das minhas condições. Não há dinheiro no mundo que me suborne, ou que faça que eu vá contra os meus princípios.
2- Não preciso que me induzam a tratá-los bem. Como digo, é um reflexo. Se o cliente for um bom homem enquanto ser humano, será tratado bem. Não será tratado como os outros, nem melhor, nem pior, independente do dinheiro que me dê. Será tratado como uma pessoa única.
3- Pouco me importa a aparência física ou a condição social. Não trabalho só para homens bonitos ou só para homens muito ricos. Trabalho para aqueles que podem recompensar o meu tempo, em troca de um momento de convívio, relax e prazer.

Em geral, tenho muitos e bons clientes, meiguinhos, educados, simpáticos (etc), o que faz com que o meu trabalho seja menos desconfortável. Tudo isso graças ao facto de ter aprendido a ser selectiva. Atendo, numa primeira vez, pelo menos 99% dos clientes que me procuram. Tiveram o trabalho de ler o jornal, de me ligar, de achar meu endereço, de subir e bater à porta. Mas nada me obriga a atendê-los uma segunda vez.

Talvez por causa dessa minha postura, muito rara é a ocasião de aparecer alguém que eu não queira atender. Só tenho que agradecer muito a Deus pelos clientes maravilhosos que tenho.

Com esse blog que também serve de terapia para os clientes, sento-me no divã e posso avaliar intimamente o passar do tempo e as experiências adquiridas.»

http://amanteprofissional.com/blog


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  • I'm Quatro Paredes
  • From Portugal
  • «Paula Lee, 24 an...Oh, não é necessário repetir meus dados, disponíveis no meu site.Escrevo um diário desde que comecei a prostituir-me, mas nunca pensei que publicaria um blog. Talvez porque seja mais simples escrever um livro, com histórias já acabadas, do que expor, em tempo real, o que vai surgindo, sem tempo para reflexões mais prolongadas.Gosto de usar a expressão "terapeuta sexual" porque atender um cliente envolve muito mais do que uma simples equação geométrica para saber o quanto devo abrir as pernas.»
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Creative Commons License
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